terça-feira, 25 de agosto de 2009
CÂNTICO DA REVOLTA
Estou farto desta gente feita de farrapos
que salpica os dias
numa demência mascarada de mel.
Estou farto dos deuses apodrecidos
que procriam desumanidade
na alma inexistente.
Sim vós,
magnéticas lapas com sorrisos encenados
na latitude febril do preconceito,
entendo agora
porque vos baptizaram oportunistas.
Vós que cresceis na seiva incisa
da desgraça alheia
cuspindo moral hasteada de tragédia.
Basta de tanta sedução,
nenhum olhar me devora a dignidade,
pois sou um vendaval solitário
infectado de distância.
Quero-vos a arder no meu esquecimento,
ali, onde me possam ver as ideias
serem expulsas para o aconchego da loucura.
Quero gritar a revolta, parir a liberdade,
abraçar o erro, vomitar a multidão.
Respira-se a realidade engelhada
nas consciências adormecidas,
e eu,
país de absoluta insatisfação
parto no imaginário para a inquietação,
mas seguir-vos não,
seguir-vos não.
Poema do livro "O áspero hálito do amanhã"
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1 comentário:
Um abraço meu amigo.Não fiques mto tempo ausente, tá?
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