sábado, 13 de junho de 2009
Caligrafia da noite
Principia em mim
o cume obsessivo da solidão.
A noite incendiada
pela caligrafia agreste
derrama a insinuante dialéctica
na insónia dos parágrafos.
Sobre o ninho rugoso
das mãos que falam
correm nascentes
férteis de desassossego,
um litoral de fogo
no interior vulcânico das palavras.
Do presságio clandestino das sílabas
nasce a insólita transparência do poema,
uma absurda constelação branca
a violar o azul impenetrável das trevas.
Alberto Pereira
Poema do livro "O áspero hálito do amanhã"
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1 comentário:
Foi bom estar contigo ao reler "Caligrafia da noite".
Fantástica imagem
Um abraço
Monteiro Mariti
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