Aguardei junto ao último apeadeiro do teu corpo.
Trazias a madrugada sulfúrica
deslumbrada de feridas,
apenas o olhar primaveril
salivava poeiras perfumadas.
Trazias a madrugada sulfúrica
deslumbrada de feridas,
apenas o olhar primaveril
salivava poeiras perfumadas.
Era Inverno no teu rosto,
os lábios maquilhados de cardos
indagavam raiva nas pálpebras lodosas.
O desejo alcatroado tremia-te
no asfalto sanguíneo.
os lábios maquilhados de cardos
indagavam raiva nas pálpebras lodosas.
O desejo alcatroado tremia-te
no asfalto sanguíneo.
Quis saber se escondias Verão no discernimento,
mas embalavas já no fulvo nebuloso do equívoco.
Deixaste-me tresloucado de rugas,
sedado no amanhecer.
mas embalavas já no fulvo nebuloso do equívoco.
Deixaste-me tresloucado de rugas,
sedado no amanhecer.
Sou uma manhã idosa,
bolorenta de te sonhar
e acendo fungos em todas as margens de ti.
Nada sabe negar a evidência,
tenho a alma transladada de corvos pretos
a debicar orgasmos apodrecidos.
bolorenta de te sonhar
e acendo fungos em todas as margens de ti.
Nada sabe negar a evidência,
tenho a alma transladada de corvos pretos
a debicar orgasmos apodrecidos.
1 comentário:
"Quis saber se escondias Verão no discernimento,
mas embalavas já no fulvo nebuloso do equívoco."...muito forte a imagem que sugere, gosto muito desse verso.
Um beijo Alberto.
Eliane
Via muliply
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