terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
O dia de vidro
Vêm tripulações
agasalhadas em naufrágios.
Do porão nocturno
evaporam-se mentiras
que fizeram escala na ambição.
À proa o olhar electrificado
e a rigorosa geada cerebral
a embater a estibordo do coração.
Marinheiros com o tempo
depilado na memória
a navegar sonhos atracados na respiração.
Tremem,
adivinham o delírio luminoso
a cravar anzóis na transparência.
Alberto Pereira
Poema do livro "O áspero hálito do amanhã",
baseado no quadro "O dia de vidro" de Erich Heckel.
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