terça-feira, 25 de agosto de 2009

O beijo (Edvard Munch)



Ergo-me na periferia nupcial
do teu rosto.
Há beijos demolidos
a voar ténues sorrisos,
salivas costuradas
que choram hálitos enforcados.

Em que idade dos teus lábios
forraste a minha língua de abandono?

Deixa-me publicar
um derradeiro beijo
na demência da tua boca,
para que possa imprimir
o hálito anoréctico do caos.

Poema do livro "O áspero hálito do amanhã"
de Alberto Pereira

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