domingo, 12 de outubro de 2008

Mulheres



Cai a tarde,
do fundo da alma
descem corpos ruborizados de Primavera.
Fermentados de utopia
vagueiam na insónia da imaginação
e sentam-se na véspera do impossível.
Corpos algemados de ternura
que despejam sobre as rugas dos dias
poemas compilados de coragem.
Esbracejam de fantasia
como se todas as dores fossem infinitamente nada
e debruçadas sobre o desassossego
respiram o deslumbramento de cada instante.
São rostos de eternidade
aguardando no incógnito ventre dos sonhos
um beijo do desconhecido.
São,
corajosamente mulheres.

Alberto Pereira

2 comentários:

Anónimo disse...

Um poema dedicado às mulheres e que tomei a ousadia de pedir "emprestado" num vídeo a que tive acesso, lido pela voz do Poeta João do Lago.
Grata pela partilha.

Publicado por Otilia Martel no Multiply

Anónimo disse...

Muito bonito, Alberto, meu poeta muito querido.
Beijos.

Publicado por Maria Carvalhosa no Multiply